A Fibromialgia é uma doença crônica que se manifesta principalmente com dor por todo o corpo. Ela pode causar outros sintomas como:
- fadiga
- insônia
- dificuldade de raciocínio ou de memória
- sintomas gastrointestinais (empachamento, distensão abdominal, cólicas)
- ansiedade e depressão.
É uma doença que pode afetar profundamente a qualidade de vida dos pacientes. Por isso, a pergunta que sempre aparece no dia-a-dia do consultório do reumatologista é: Fibromialgia tem cura? Como a maioria das doenças crônicas (exemplo: hipertensão, diabetes, colesterol alto) não costumamos falar em “cura”, mas sim em controle.
A fibromialgia tem controle? Sem dúvidas!
Primeiro temos que entender o que é a Fibromialgia, para então falarmos no tal do controle. Trata-se de uma doença crônica em que a causa ainda não é totalmente conhecida, mas tem uma carga genética e com propensão pelo sexo feminino.
Os sintomas acontecem devido à alterações no funcionamento do cérebro, com ativação anormal de regiões relacionadas à dor, e por um desequilíbrio nos neurotransmissores responsáveis por transmitir os sinais de dor para o cérebro. Essas alterações no cérebro também são culpadas pelos outros sintomas, como a fadiga e os distúrbios do sono.
Quais são os tratamentos?
Agora que entendemos que o cérebro do paciente com Fibromialgia funciona de uma maneira diferente, podemos começar a desvendar os caminhos do tratamento.
Ao fazermos o diagnóstico de Fibromialgia, procuramos identificar as principais manifestações da doença. Por exemplo, existem pacientes que a dor é a principal queixa, outros que a fadiga é o que incomoda mais, e em outros a principal limitação é a qualidade do sono. Com isso, identificamos quais são os principais alvos de tratamento para cada paciente.
Atividade física é um excelente remédio!
De maneira geral, os pacientes com Fibromialgia vão se beneficiar de exercício físico regular. É a principal modalidade terapêutica na maioria dos casos, com efeito positivo nas dores, fadiga, sono, humor, intestino, entre outros. Afinal, o exercício físico regular é interessante para todos – no contexto de melhorar a qualidade de vida, reduzir risco cardiovascular, controle de peso, etc.
No entanto, na Fibromialgia o exercício físico é mais que isso: é remédio. Tem dose (quantidade de minutos semanais praticados) e posologia (uma vez por dia, 5 vezes por semana por exemplo). Quanto mais exercício, maior quantidade do “remédio” o paciente está tomando.
Outros tratamentos
Temos outras modalidades de tratamento que devem ser individualizadas para cada caso. Em pacientes com distúrbio de sono importante, medidas para melhorar a qualidade do sono são fundamentais, como evitar estimulantes (café, energéticos) além do período da manhã, criar rotina com horário para dormir e para acordar, ambientar o quarto com iluminação e temperatura adequados para um sono tranquilo. Podemos também lançar mão de medicamentos que ajudam na iniciação e manutenção do sono.
Pacientes que têm sintomas de ansiedade e/ou depressão também precisam ser tratados, seja de forma farmacológica ou não-farmacológica. Para cada manifestação clínica da Fibromialgia devemos ter estratégias para melhora.
Procure um especialista!
Com um bom diagnóstico, plano terapêutico individualizado e acompanhamento frequente, os pacientes com Fibromialgia costumam experimentar uma importante melhora nos sintomas e, por consequência, melhora na qualidade de vida. Como não é uma doença que tem “cura”, são necessárias terapias e acompanhamento a longo prazo. Muitos pacientes melhoram a ponto de não precisar do uso de medicamentos para sempre, porém a interrupção dos remédios deve sempre ser realizada em conjunto com o Reumatologista que acompanha o caso.